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25 de dez. de 2012

Os Útimos Dias dos Romanov - Helen Rappaport



Na noite de 16 de julho de 1918, a família imperial russa é acordada às pressas e levada ao porão da casa Ipatiev, sua prisão em Ecaterimburgo. O primeiro da fila era o czar Nicolau II, com o filho Alexei no colo. Vinte e três degraus, um pra cada ano de seu desastroso reinado, o separavam do destino coletivo da família. No abafado cômodo, um dos mais famosos e brutais assassinatos políticos da história ganharia contornos de um cruel banho de sangue.

Após quase duas semanas aprisionado na industrial e bolchevique cidade dos Urais, Nicolau Alexandrovich Romanov se tornaria o último czar de todas as Rússias. Mas como teriam sido os últimos momentos da família? Apesar dos aspectos gerais do reinado de Nicolau serem conhecidos, pouco se sabe sobre esses seus dias finais, desde o princípio distorcidos por uma rede sistemática de mentiras, confusões, lapsos e desinformações oficiais.

Especialista em história russa, Helen Rappaport disseca os 14 dias da prisão domiciliar dos Romanov: tanto o clima claustrofóbico, no interior de Ipatiev - o homem que um dia governara 22 milhões de metros quadrados reinava sobre um único aposento - quanto as manobras políticas de seus aliados e inimigos. As janelas pintadas de branco e uma alta paliçada impediam o contato com o mundo exterior. Jornais e a troca de cartas eram proibidos.

Com acesso ao depoimento de várias testemunhas-chave, Helen revela o papel de Lenin na execução. Mostra, ainda, como os Romanov e seus carcereiros desenvolveram uma relação complexa. Alguns achavam difícil associar o rosto dócil de Nicolau, e de suas lindas filhas, com o que a propaganda bolchevique lhes havia incutido. Jovens soldados não resistiriam ao charme das grã-duquesas russas em flertes que preocupavam a czarina.

Peões indefesos de um jogo político que não levava em conta seu destino como pessoas, apenas como participantes de acontecimentos políticos maiores, os Romanov chegaram ao fim despidos de toda a pompa. A cada dia mais unidos e resignados, extremamente religiosos, morreram como uma família. Seu assassinato foi o início de uma orgia de terrore represálias sangrentas que caracterizava a guerra civil russa.

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